sábado, 26 de novembro de 2011

Sobre fugas e recompensa

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Dia desses voltei a falar com um amigo... e estaria tudo bem se ele não fosse-sempre-mais-que-amigo toda vez que aparecia; Então começamos a nos falar, a falar superficialmente sobre a vida, perguntei como ele estava depois de um término de namoro (que por sinal já fazia meses, mas mesmo assim perguntei), e ele perguntou como eu estava e essas coisas de sempre. Muitos dias não passaram até começarmos a, hm, flertar de novo, mas flertar pra valer, com direito a "Nunca realmente te esqueci e adoraria te ter de volta", e eu com isso? Caí na dele, como sempre fazia. Mesmo depois de idas e vindas, encontros e despedidas, choros, frustrações e sorrisos eu caí na dele de novo. E não pensem que esqueci de todas as outras coisas que passamos ou do meu coração frequentemente quebrado por ele, é só que eu tinha as coisas boas de nós dois em maior número na memória, e eu gostei tanto de sentir isso de novo! Os dias foram passando, os apelidos carinhosos chegaram, os sms trocados durante todo um dia também. Eu mal podia acreditar que alguém gostava de mim igual ou mais que eu dessa outra pessoa; eu me encontrava em êxtase, afinal ele tinha um sorriso lindo, tinha aqueles amigos de sempre, uma família linda e era apaixonado pela mãe dele. Falem o que quiser, mas eu acho lindo um cara que idolatra a mãe, MAS ESPERA é tudo isso sem querer ser melhor amigo-vamos-fofocar-e-trocar-confidências-na-cozinha porque assim é demais. Até nisso ele tinha na medida certa. Acho que não são muitas pessoas que encontram outras que te fazem desconfiar se a outra pessoa tem algum tipo de manual com um subtítulo o seu nome; ele sabia o que me fazia feliz desde um sorriso, o modo de olhar até como me tocar entre um beijo e outro pra que eu perdesse o ar. Eu estava mais feliz, mais simpática e até mais receptiva com as coisas; olhava pro espelho todos os dias e pensava: "É, eu gosto dessa versão de mim. Fica pra sempre?", e esse foi o beijo da morte em algum dia de novembro. O pra sempre parece carregar consigo um tipo de magia transcedental e algo destruidor; é só pensar na expressão engraçadinha pra ela dar gargalhadas e chutar sua bunda. Ele me deu o grande bolo do aniversário do ano que vem, não ligou ao menos pra dizer que não poderia me encontrar ou um sms com um pedido esfarrapado qualquer de desculpas. E desapareceu por dias. E eu fiquei sem saber como agir por dias. Ele entrava nas redes sociais e não falava mais comigo como fazia antes, quando eu falava não me respondia, eu andava com o celular ligado 24 horas por dia e até pro banheiro eu levava e nada! Eu até chorei por medo enquanto ele postava fotos de festas e bebidas e garotas e, em um dia desses, ele veio falar comigo: "Você sumiu, hein" OI?? E foi a deixa pra eu dizer que o bolo que me deu me deixou realmente chateada com a falta de consideração, que eu fiquei realmente triste pela ausência dele por todos aqueles dias; afinal, ele tinha prometido não sumir ou fazer nada pra me magoar outra vez. E ele disse que ele só tinha sumido por poucos dias, porque precisava de um "tempo pra ele", que estava estressado e que tentou ligar pra mim e que, no mínimo, eu estava paranóica. Eu fiquei sem reação com a desculpa menos que esfarrapada e com a mentira; esse não era o cara que eu conhecia. O cara que eu conheço nunca falaria nada disso pra mim, esse cara desconhecido não liga pra nada que tenha a ver comigo, é um mentiroso. "Tolinha" foi isso que eu disse pra mim assim que absorvi a situação. Foi quando entendi que ele sempre vai ser o cara de sorriso lindo, amigos de sempre e uma família linda, mas ele não fazia mais parte da minha vida e nem deveria fazer. Porque ele, de me conhecer por anos, trazia de volta a Coraline de antes, a apaixonada, doce, e prestativa, e me fazia esquecer da pessoa que sou hoje; ele trazia à tona a Coraline sem defeitos, só o lado doce e, quando viu nem 0,1% do lado não-tão-doce-assim não me reconheceu, recuou. E aí descobri que nunca me dei inteira, e que ele nunca me aguentou inteira e que por isso nossos encontros sempre foram pela metade, como se continuasse da parte bonita em que parou; e as coisas não funcionam assim e por isso nossos números nunca dariam resultado em uma conta de mais. Foi difícil até entender, na verdade, confesso que ainda estou entendendo mas eu preciso deixar esse sentimento, que eu sei que guardo em uma caixinha toda vez que ele vai embora, ir pra me deixar no modo disponível por inteiro a outra pessoa nesse universo, mas mais ainda me deixar disponível pra mim.
Vezenquando eu ainda sonho com ele tentando voltar pra minha vida de alguma forma, mas a diferença é que nesses novos sonhos eu me vejo feliz e com pena dele por ser atraído a mim só quando eu me renovo, fico leve e a força volta. Pena por ele ainda não conseguir se sentir inteiro e precisar ir atrás de suprimentos pra algum vazio que deve existir ali dentro. Enquanto isso eu vou aprendendo que não é porque uma roupa sai de moda, e de repente, nos damos conta de que ela ainda nos serve não significa que temos que usá-las mais uma vez e sim que temos que olhá-la, apesar de estar desbotada e com alguns furos, com um sorriso no rosto, porque sem ela não nos daríamos conta de que existem calças melhores, que nos servem melhor e não perceberíamos que ela pode ser uma das suas calças mais confortáveis e... jeans, eu amo jeans, nada de jeans; vamos falar do pretinho básico... no caso, eu mesma, e nunca, nunca sai de moda.

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